terça-feira, 23 de junho de 2009

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_DISCUSSÃO CONJUNTA

Depois de lidos e analisados os trabalhos de grupo apresentados deu-se inicio à discussão conjunta sobre o tema, no fórum, de onde seleccionei algumas intervenções de colegas, que ajudaram na reflexão sobre a Identidade em Sites Sociais.


Discussão Conjunta
por Rui Fernandes - Quarta, 3 Junho 2009, 07:28

Viva
Os sites sociais são apenas mais uma das ferramentas virtuais à disposição dos jovens para a sua socialização, para a formação da sua identidade, da procura do "eu", muito embora resulte dos trabalhos efectuados que não se encontram esses "eus" de forma significativa ou, se assim o quisermos identificar, mais facilmente encontramos o que poderíamos designar de "eu" colectivo. Percebe-se, da parte dos jovens, “uma compreensão do mundo, uma identidade partilhada, uma busca de inclusão, um consenso com vista a um interesse colectivo” (Livingstone, 2005).
As marcas identitárias foram encontradas por todos os grupos e não representam mais do que o que tinha sido estudado com base nos textos fornecidos na actividade anterior.
Encontramos, claramente, uma diferença entre rapazes e raparigas no que respeita ao aspecto gráfico, na apresentação estética. As características identificadas em sites de rapazes são idênticas, maior agressividade em termos de texto e composição gráfica do site, menos identificação pessoal, menos revelações de si próprios, procurando garantir uma maior privacidade. As raparigas com um discurso mais terno e fraterno, com mais preocupações estéticas onde os emoticons se apresentam em grandes quantidades e onde os brilhos, as cores e as sensações parecem estar sempre presentes. Revelam-se mais e parecem não se preocupar com a privacidade identificando muitas delas a escola que frequentam, com todos os riscos que isso pode acarretar, bem como as inúmeras fotografias que se podem encontrar. Denotam aqui algum menor contacto com alguém que lhes tenha permitido uma integração no site dando a conhecer os perigos que daí poderiam advir.
Como defendem Goldman e Mcdermott (2008), é importante a criação e a sustentação de um ambiente intergeracional que permita aos jovens a aquisição da capacidade de liderar.
As preocupações estéticas, tal como o número de amigos, fives, comentários, são manifestações de afirmação pessoal, parecendo que esta é uma real necessidade. Gostam de sentir-se elogiados e a demonstração de conhecimentos tecnológicos para proporcionar um site agradável ao olho de quem observa, atractivo, é importante na rede social e marcante de uma posição na hierarquia do sucesso.
No entanto, as características comuns a ambos os géneros continuam a ocupar um espaço importante de análise. Em ambos os casos, é evidente a necessidade de uma certa afirmação pessoal revelada pela "competição" entre todos pelo ceptro do número de amigos. Verdadeiramente, o número de amigos nem sempre corresponde aquilo que são os comentários, as participações e as interacções registadas. Verifica-se também que a maioria dos amigos está na mesma faixa etária e que a partilha de emoções se traduz em textos escritos com linguagem própria, nem sempre facilitada e com limitações linguísticas que podem ser importantes revelando, certamente, dificuldades em termos de escrita no futuro. Os jovens partilham experiências, encaram os sites como prolongamentos da sua vida, mas não fazem uma única referência à utilização do site com fins pedagógicos ou de aprendizagem.
Muitos jovens analisam-se, fazem autocrítica, mostram os seus defeitos e este é um aspecto importante destes sites: a reflexão pessoal. Já Stern (2008), nos seus estudos de análise, referiu que a recompensa mais referida pelos jovens era a da possibilidade que a construção de sites lhes dava de fazerem uma que, de outra forma, dificilmente fariam. Trata-se de um aspecto muito importante, já que confere ao jovem a possibilidade de colocar-se no seu lugar e pensar em função de si próprio e não daquilo que acha que os outros devem "ver".
Um aspecto preocupante detectado em vários sites é a diminuta leitura e referência a livros feita pelos jovens. Denota um afastamento que não é positivo em termos sociais e culturais. Outra preocupação é a do não acompanhamento destes espaços pelos educadores, em grande parte dos sites analisados, já que não é de crer que, sendo acompanhados, fosse permitido determinado tipo de linguagem ou comentário desagradável em relação a outrém, como encontramos algumas vezes.
Por outro lado, há um ponto comum que é a música, fundamentalmente, anglo-saxónica, que os jovens ouvem e fazem-no em grandes proporções. Ouvem muita música e referem muitos grupos ou cantores conhecidos de todos e outros menos conhecidos do chamado grande público.
Re: Discussão Conjunta
por
Pedro Coelho do Amaral - Sexta, 12 Junho 2009, 01:48
Boa noite,
A leitura e reflexão das grelhas de análise de marcas identitárias em sites sociais de jovens desenvolvidas pelos diferentes grupos permitem estabelecer um conjunto alargado de teias de relações com os diversos recursos educativos previamente discutidos.
Sabemos de leituras anteriores que a identidade é uma tarefa central do desenvolvimento do ser humano que se prolonga por todo o ciclo da vida. No entanto é na adolescência que este processo assume uma importância particular pois é nesta fase de transição entre a infância e a vida adulta que os jovens, como teorizou Erikson (in Schmitt e Dayaminn, 2008), enfrentam o desafio da auto-definição e da formação da identidade e começam a desenvolver a noção de quem são, estabelecendo objectivos, opiniões, atitudes. É uma fase em que “ estão constantemente a tentar responder à questão Quem sou eu? enquanto utilizam as percepções de outros e de si próprios para ajudar a definirem-se a si próprios (ibidem)”.
Como temos vindo a compreender nesta disciplina, este processo natural de auto-descoberta joga-se hoje em novos contextos, em novos espaços de socialização mediados pelos médios digitais. Como referem Huffaker e Calvert (2005) “À medida que os adolescentes procuram definir quem são (…), os seus fóruns de auto-descoberta se expandiram.” Esses novos fóruns de socialização são hoje diversos, e estão ao alcance dos adolescentes em diferentes formatos, suportes, tecnologias e à distância de um clique ou do carregar de uma tecla. As redes sociais são um desses novos espaços que progressivamente vêm ganhando o seu espaço no dia-a-dia dos jovens e por isso são bastante importantes como ferramenta de estudo desta fase do desenvolvimento humano nomeadamente pela possibilidade, como podemos observar por esta proposta de trabalho, de identificar distintas marcas identitárias que permitam compreender o processo de socialização dos adolescentes.
Como refere Recuero (2008, 106) “Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: actores (pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões (Wasserman e Faust, 1994, Degenne e Forsé, 1999). Trata-se, assim, de uma abordagem focada na estrutura social, na qual “individuals cannot be studied independently of their relations to others, nor can dyads be isolated from their affiliated structures”2 (Degenne e Forsé, 1999, p. 3). Neste sentido, o estudo destes sites permite uma visão abrangente do processo de interacção entre o indivíduos e a natureza social das suas interacções.
Da leitura das grelhas e das análises existem um conjunto de considerações que penso podem ser generalizadas às diferentes análises propostas:
Os jovens utilizam as redes sociais como um processo de afirmação da sua própria personalidade, como um meio para serem aceites pelos seus pares, no qual aprendem as regras e normas de socialização indispensáveis na vida adulta. Nesse sentido, a necessidade de pertença a determinado grupo de amigos revela-se como uma marca identitária muito forte e está presente em inúmeros exemplos. O número de amigos, os comentários, os fives e os grupos a que pertencem são um exemplo claro dessa necessidade, apesar de nem sempre o nº de amigos corresponder ao nº de comentários. Apesar de não existir forma de confirmar esses dados, os autores (na maioria dos casos) revelam a sua identidade, idade, data de nascimento, local de residência (geral) e mantêm um perfil acessível aos restantes utilizadores e excluem os adultos deste espaço de socialização. Os resultados demonstram também que os jovens não têm receio em demonstrar sentimentos seja de amizade seja relações amorosas e demonstram apetência pela auto-reflexão, mas fazem-no perante amizades que já existem fora do ambiente virtual dos sites estudados. Esta leitura parece então confirmar a opinião de Boyd e Alisson (2007) quando estes afirmam que “Apesar de existirem algumas excepções, a pesquisa existente sugere que as SNS suportam primariamente relações sociais pré-existentes. Ellison, Steinfield, and Lampe (2007) sugerem que o
Facebook (caso estudado) é utilizado para a manutenção ou solidificação de relações de amizade, e não para se conhecerem novos amigos.”
Ao nível da interface gráfica dos sites analisados nota-se algum cuidado na apresentação o que demonstra, como já referimos em posts anteriores, uma forma de valorização perante os outros através da exibição de competências estéticas e técnicas. Nos rapazes notámos uma incorporação de um maior nº de addons (acrescentos) como musicas, vídeos, jogos, etc e uma imagem gráfica mais agressiva quer nos elementos visuais quer nas cores utilizadas. As meninas apresentam, na minha opinião, uma estética mais cuidada, mais criativa e naturalmente mais feminina.
Apesar das análises parecerem apontar para uma maior disponibilidade das raparigas para a identificação pessoal, dando mais dados reveladores sobre si próprios e um menor cuidado na privacidade, parece-me que não se poderá generalizar essa análise. Encontrei inúmeros exemplos de sites de rapazes em que estes expõem de uma forma bastante clara os seus sentimentos. Essa observação poderá estar directamente relacionada com mudanças sociais nos comportamentos dos rapazes, tradicionalmente mais reservados.
A utilização intensiva e extensiva de fotografias é outro aspecto transversal aos diferentes sites analisados, nomeadamente a peculiaridade de algumas poses estudadas, o que demonstra o cuidado na apresentação pessoal e a necessidade de estar bem perante os outros.
Ao nível da linguagem ou netspeak (como por vezes é referida) é notório a utilização de uma linguagem criativa, inovadora e híbrida, onde se conjuga formas linguísticas tradicionais e formas adaptadas com o recurso, como já foi referido por diversos colegas, à gíria e ao calão. Estão também presentes acrónimos (ex:lol), variações e jogos de palavras e ecomotions. De uma forma geral a linguagem utilizado pelos rapazes é mais agressiva, mais sexista e com um carácter sexual mais explicito que de certa forma contrasta com uma linguagem mais cuidada, mais polida das raparigas.

Bibliografia
BOYD, d. m., & ELLISON, N. B. (2007). Social network sites: Definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, 13(1), article 11.
http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html

Huffaker, D. A., and Calvert, S. L. (2005). Gender, identity, and language use in teenage blogs. Journal of Computer-Mediated Communication, 10(2), article 1. http://jcmc.indiana.edu/vol10/issue2/huffaker.html
Recuero, Raquel (2008) Um estudo do capital social gerado a partir de Redes Sociais
no Orkut e nos We
blogs
Revista FAMECOS Porto Alegre nº 28 dezembro 2005 quadrimestral

segunda-feira, 22 de junho de 2009

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_PARTICIPAÇÃO DISCUSSÃO CONJUNTA


Depois de lidos os trabalhos realizados, permito-me concluir que as semelhanças entre eles são muitas mesmo que a rede social estudada não seja a mesma.

Na maioria dos casos analisados são notórias as preocupações, por parte dos jovens/ adolescentes, em revelarem-se, em partilharem opiniões, vivências, sentimentos e interesses. Utilizam as redes sociais para se darem a conhecer e receberem algum feedback disso, desenvolvendo sentimentos de auto-estima.


O “ser aceite” está muito patente no número de amigos que cada um dos jovens tem, como sendo esta uma das características mais importantes. A ilusão de que se tem muitos amigos é porque se é aceite é bem visível, depois contrariada pelo número de comentários que recebe.
Em Portugal a rede social mais utilizada é o Hi5 e por esse motivo também a mais escolhida pelos grupos de trabalho.
Através dos trabalhos realizados podemos observar algumas diferenças entre géneros, nomeadamente na aparência das páginas pessoais; as raparigas utilizam cores mais quentes e vivas com aplicação de motivos mais "femininos" (flores, borboletas, etc) enquanto que os rapazes optam por cores mais frias e neutras. Deste modo fica patente as influências culturais e sociais sofridas por estes adolescentes. Também nas páginas pessoais dos jovens masculinos existem mais referências a vídeos e às influências musicais.


Todos utilizam uma linguagem adaptada e abreviada.
As fotografias publicadas denotam uma preocupação com a imagem e, na sua maioria, que foram pensadas/ tiradas com o intuito de serem publicadas pois mostram poses muito pouco naturais e espontâneas. Este aspecto prende-se claramente com a segurança na internet, ou falta dela. A maior parte dos jovens ou não está ciente dos perigos que espreitam ou simplesmente não estão preocupados e revelam imagens e informações pessoais que os expõem a vários perigos.

Um dos aspectos que me chamou a atenção da analise que fizemos às páginas pessoais dos jovens, foi a linguagem utilizada, com muito poucas preocupações linguísticas, bom senso e muita falta de educação patente na linguagem.

Alguns jovens demonstram não se preocuparem por as suas palavras poderem ser lidas por todos e estarem acessíveis a qualquer um. Não utilizam uma linguagem diferente e mais preocupada por causa desse factor.

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_TRABALHO DE GRUPO



Depois de construida a grelha de observação do site social "Hi5", observadas e analisadas as páginas pessoais dos jovens, o grupo realizou este trabalho, onde tirou algumas conclusões sobre a Identidade em Sites Sociais pelos jovens.


segunda-feira, 1 de junho de 2009

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_CONTRIBUTO PARA TRABALHO DE GRUPO


Grelha de Análise de Sites Sociais de Jovens

Objectivo: Identificar as marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens.
Competências: Construção de uma grelha de análise de marcas identitárias em sites sociais de jovens. Análise de um site social de jovens, tendo por base a grelha construída.
Recursos de Aprendizagem
- Todos os textos dos Temas 2 e 3.
Para a actividade 4 deveríamos:
1º) Constituição livre de grupos (4 elementos);
2º) Construção da grelha de análise de sites sociais de jovens e escolha do site a analisar (Hi5,
Facebook, MySpace, entre outros);
3º) Testagem por cada grupo da grelha definida, no site proposto para análise e elaboração de um pequeno texto de conclusões (1/2 páginas) no Fórum 4;
4º) Discussão conjunta no Fórum 4 das análises realizadas.


Participei no grupo Reggae, que escolheu o Hi5 como rede social de estudo. Primeiro sugerimos tópicos para a construção da grelha de análise e, posteriormente procedemos à análise individual de alguns sites de jovens , referências que fomos deixando no fórum do grupo para posterior escolha.

Optámos por analisar quatro sites, dois femininos e dois masculinos, de idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.


Fórum Grupo - Reggae -> Vamos ao trabalho

por Sandra Sousa - Segunda, 18 Maio 2009, 18:04


Olá colegas
Concordo convosco, que o primeiro passo seja a construção da grelha de observação e em relação a esta também acho que vermos umas quantas páginas nos vai ajudar. Claro que aquelas informações que foram alvo dos estudos anteriormente estudados devem ser tomadas em consideração.
Dados pessoais
Interesses
Ambições
Referências aos familiares e amigos
etc...


Fórum Grupo - Reggae -> Vamos ao trabalho
por
Sandra Sousa - Sexta, 22 Maio 2009, 17:55



Fórum Grupo - Reggae -> Sites
por
Sandra Sousa - Segunda, 25 Maio 2009, 15:31

Olá colegas
Aqui deixo algumas propostas de sites
http://www.hi5.com/friend/p105916287--abelhinha_Angelo--html
http://www.hi5.com/friend/p215316268--Inês_Ribeiro--html
http://www.hi5.com/friend/p30509814--Madalena_%20Ferro%20Rodrigues--html
http://www.hi5.com/friend/p28513183--Macau--html
http://www.hi5.com/friend/p38030977--Regina--html
http://www.hi5.com/friend/p58989348--Joao--html
http://www.hi5.com/friend/p99780336--Cátia%20Botas
Um pouco mais novos:
http://www.hi5.com/friend/p103120978--♥vanessa♥_♥santos♥--html
http://www.hi5.com/friend/p384449614--ruben_couto--html
http://www.hi5.com/friend/p194067272--tatiana_expanhola--html
http://www.hi5.com/friend/p162511467--•%20Jσαηαα%20--html
http://www.hi5.com/friend/p432227858--Rita_Filipa--html


Fórum Grupo - Reggae -> Análise comparativa
por Sandra Sousa - Sexta, 29 Maio 2009, 15:43


Fórum Grupo - Reggae -> Análise comparativa
por
Sandra Sousa - Sábado, 30 Maio 2009, 12:52