sexta-feira, 17 de julho de 2009

REFLEXÃO FINAL

Com este trabalho termina um percurso semestral, levado a cabo na Unidade Curricular "Media Digitais e Socialização", do Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia da Universidade Aberta.
Todo o processo foi bastante enriquecedor, fazendo com que reflectisse sobre assuntos para os quais já me sentia bastante motivada, e a metodologia utilizada, em que todos os temas, das diferentes actividades desenvolvidas, se iam interligando e complementando, permitiu que também o conhecimento e as competências adquiridas se fossem desenvolvendo.
Os trabalhos de grupo resultaram na construção partilhada do conhecimentos, onde foi essencial a interacção, cooperação e troca de ideais e competências entre os diferentes elementos dos grupos.
Inicialmente tomámos contacto com a terminologia da "Cultura Digital" e das diferenças existentes entre Imigrantes e Nativos Digitais, estudámos diferentes media digitais mais utilizados pelos jovens, o que me fez ter uma primeira consciência das alterações que estes provocam nos nossos jovens, na construção das suas identidades, nas formas como comunicam, pensam e interagem, tornando-os em seres muito mais exigentes.
Esta análise/reflexão levantou algumas preocupações, quer a nível de segurança quer ao nível do acompanhamento que lhes é dado.
Sinto que, depois deste processo, estou mais preparada para perceber como os jovens encaram a utilização dos media digitais na construção da sua identidade e na socialização e poder orientá-los para uma utilização das TIC, quer em contexto educacional quer pessoal, de uma forma mais criativa, consciente, cívica e responsável.
Foram várias as questões levantadas/analisadas e reflectidas ao longo deste curso sobre as quais deixo aqui umas breves considerações:


O ser digital também pode ser visto como a identidade que a pessoa cria online, o self que é criado pelo que se faz online e todos os registos online do "eu" - o self que se descobre quando se "pesquisa" uma pessoa. Será o self digital o self real? As identidades criadas online serão consistentes com as identidades offline? Ou seja, por outras palavras, existem uma face real e uma persona, uma ciberface? (Suler, 2003)

A grande questão dos jovens e adolescentes passa por tentarem responder "Quem Sou Eu?" e, segundo a teoria de Erikson, a utilização das TIC permite-lhes desenvolverem um sentimento de quem são, começando a desenvolver metas, opiniões, atitudes e muitas outras características. Para Turkle (1984) a relação com um computador influenciam a identidade. "Através da Internet podem explorar as suas identidades" (Calvert, 2002).
Ao utilizarem ferramentas como Blogues - com narrativas em curso - redes sociais (Hi5, Facebook, etc) - como representação de si próprios- ou IM (chats), criam experiências valiosas que exploram a identidade. Avaliam reacções, criam ou reforçam relacionamentos e conseguem ultrapassar barreiras impostas pelos contactos presenciais, pois muitos jovens sentem-se mais desinibidos mantendo o anonimato, não sofrendo assim de esteriótipos negativos e estigmas inferiores. "Anonimato na Internet permite experimentações com uma identidade social em comunidades que estão isoladas daquelas da vida real" (Turkle, 1995)
Para Huffaker e Calvert (2005) a identidade é caracterizada pelas caracteristicas inter-pessoais. O mundo virtual permite-lhes mais flexibilidade em explorar a sua identidade com a sua linguagem, o seu papel no jogo e as personalidades que supõem.
A linguagem utilizada na Internet (Netspeak) é um discurso emergente cuja forma é dada pela criatividade. Introduz-se acrónimos, jogos ou variações das palavras, ícones gráficos que representam emoções ou pessoas reais (avatares).
Os jovens através da utilização da Internet, das suas ferramentas e aplicações, constroem, desenvolvem competências, fazem escolhas, associam-se a grupos, revelam-se e inventam-se.

Calvert, S.L. (2002). Identity construction on the internet. In S. L. Calvert, A. B. Jordan, & R. R. Cocking (Eds.), Children in the digital age: Influences of electronic media on development (pp. 57-70). Westport, CT: Praeger/Greenwood.

Suler, John (2003), The Psychology of Cyberspace [online], Department of Psychology, Rider University. (Consultado em 17/07/09)

Turkle, S. (1984). The Second Self: Computers and the human spirit. New York: Simon & Schuster.

Turkle, S. (1995). Life on the screen: Identity in the age of the Internet. New York: Simon & Schuster.

Huffafer, D.A., e Calvert, S.L. (2005). Gender, identity, and language use in teenage blogs. Journal of Computer-Mediated Communication, 10 (2), article 1. http://jcmc.indiana.edu/vol10/issue2/huffaker.html (Consultado em 17/07/09)




terça-feira, 23 de junho de 2009

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_DISCUSSÃO CONJUNTA

Depois de lidos e analisados os trabalhos de grupo apresentados deu-se inicio à discussão conjunta sobre o tema, no fórum, de onde seleccionei algumas intervenções de colegas, que ajudaram na reflexão sobre a Identidade em Sites Sociais.


Discussão Conjunta
por Rui Fernandes - Quarta, 3 Junho 2009, 07:28

Viva
Os sites sociais são apenas mais uma das ferramentas virtuais à disposição dos jovens para a sua socialização, para a formação da sua identidade, da procura do "eu", muito embora resulte dos trabalhos efectuados que não se encontram esses "eus" de forma significativa ou, se assim o quisermos identificar, mais facilmente encontramos o que poderíamos designar de "eu" colectivo. Percebe-se, da parte dos jovens, “uma compreensão do mundo, uma identidade partilhada, uma busca de inclusão, um consenso com vista a um interesse colectivo” (Livingstone, 2005).
As marcas identitárias foram encontradas por todos os grupos e não representam mais do que o que tinha sido estudado com base nos textos fornecidos na actividade anterior.
Encontramos, claramente, uma diferença entre rapazes e raparigas no que respeita ao aspecto gráfico, na apresentação estética. As características identificadas em sites de rapazes são idênticas, maior agressividade em termos de texto e composição gráfica do site, menos identificação pessoal, menos revelações de si próprios, procurando garantir uma maior privacidade. As raparigas com um discurso mais terno e fraterno, com mais preocupações estéticas onde os emoticons se apresentam em grandes quantidades e onde os brilhos, as cores e as sensações parecem estar sempre presentes. Revelam-se mais e parecem não se preocupar com a privacidade identificando muitas delas a escola que frequentam, com todos os riscos que isso pode acarretar, bem como as inúmeras fotografias que se podem encontrar. Denotam aqui algum menor contacto com alguém que lhes tenha permitido uma integração no site dando a conhecer os perigos que daí poderiam advir.
Como defendem Goldman e Mcdermott (2008), é importante a criação e a sustentação de um ambiente intergeracional que permita aos jovens a aquisição da capacidade de liderar.
As preocupações estéticas, tal como o número de amigos, fives, comentários, são manifestações de afirmação pessoal, parecendo que esta é uma real necessidade. Gostam de sentir-se elogiados e a demonstração de conhecimentos tecnológicos para proporcionar um site agradável ao olho de quem observa, atractivo, é importante na rede social e marcante de uma posição na hierarquia do sucesso.
No entanto, as características comuns a ambos os géneros continuam a ocupar um espaço importante de análise. Em ambos os casos, é evidente a necessidade de uma certa afirmação pessoal revelada pela "competição" entre todos pelo ceptro do número de amigos. Verdadeiramente, o número de amigos nem sempre corresponde aquilo que são os comentários, as participações e as interacções registadas. Verifica-se também que a maioria dos amigos está na mesma faixa etária e que a partilha de emoções se traduz em textos escritos com linguagem própria, nem sempre facilitada e com limitações linguísticas que podem ser importantes revelando, certamente, dificuldades em termos de escrita no futuro. Os jovens partilham experiências, encaram os sites como prolongamentos da sua vida, mas não fazem uma única referência à utilização do site com fins pedagógicos ou de aprendizagem.
Muitos jovens analisam-se, fazem autocrítica, mostram os seus defeitos e este é um aspecto importante destes sites: a reflexão pessoal. Já Stern (2008), nos seus estudos de análise, referiu que a recompensa mais referida pelos jovens era a da possibilidade que a construção de sites lhes dava de fazerem uma que, de outra forma, dificilmente fariam. Trata-se de um aspecto muito importante, já que confere ao jovem a possibilidade de colocar-se no seu lugar e pensar em função de si próprio e não daquilo que acha que os outros devem "ver".
Um aspecto preocupante detectado em vários sites é a diminuta leitura e referência a livros feita pelos jovens. Denota um afastamento que não é positivo em termos sociais e culturais. Outra preocupação é a do não acompanhamento destes espaços pelos educadores, em grande parte dos sites analisados, já que não é de crer que, sendo acompanhados, fosse permitido determinado tipo de linguagem ou comentário desagradável em relação a outrém, como encontramos algumas vezes.
Por outro lado, há um ponto comum que é a música, fundamentalmente, anglo-saxónica, que os jovens ouvem e fazem-no em grandes proporções. Ouvem muita música e referem muitos grupos ou cantores conhecidos de todos e outros menos conhecidos do chamado grande público.
Re: Discussão Conjunta
por
Pedro Coelho do Amaral - Sexta, 12 Junho 2009, 01:48
Boa noite,
A leitura e reflexão das grelhas de análise de marcas identitárias em sites sociais de jovens desenvolvidas pelos diferentes grupos permitem estabelecer um conjunto alargado de teias de relações com os diversos recursos educativos previamente discutidos.
Sabemos de leituras anteriores que a identidade é uma tarefa central do desenvolvimento do ser humano que se prolonga por todo o ciclo da vida. No entanto é na adolescência que este processo assume uma importância particular pois é nesta fase de transição entre a infância e a vida adulta que os jovens, como teorizou Erikson (in Schmitt e Dayaminn, 2008), enfrentam o desafio da auto-definição e da formação da identidade e começam a desenvolver a noção de quem são, estabelecendo objectivos, opiniões, atitudes. É uma fase em que “ estão constantemente a tentar responder à questão Quem sou eu? enquanto utilizam as percepções de outros e de si próprios para ajudar a definirem-se a si próprios (ibidem)”.
Como temos vindo a compreender nesta disciplina, este processo natural de auto-descoberta joga-se hoje em novos contextos, em novos espaços de socialização mediados pelos médios digitais. Como referem Huffaker e Calvert (2005) “À medida que os adolescentes procuram definir quem são (…), os seus fóruns de auto-descoberta se expandiram.” Esses novos fóruns de socialização são hoje diversos, e estão ao alcance dos adolescentes em diferentes formatos, suportes, tecnologias e à distância de um clique ou do carregar de uma tecla. As redes sociais são um desses novos espaços que progressivamente vêm ganhando o seu espaço no dia-a-dia dos jovens e por isso são bastante importantes como ferramenta de estudo desta fase do desenvolvimento humano nomeadamente pela possibilidade, como podemos observar por esta proposta de trabalho, de identificar distintas marcas identitárias que permitam compreender o processo de socialização dos adolescentes.
Como refere Recuero (2008, 106) “Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: actores (pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões (Wasserman e Faust, 1994, Degenne e Forsé, 1999). Trata-se, assim, de uma abordagem focada na estrutura social, na qual “individuals cannot be studied independently of their relations to others, nor can dyads be isolated from their affiliated structures”2 (Degenne e Forsé, 1999, p. 3). Neste sentido, o estudo destes sites permite uma visão abrangente do processo de interacção entre o indivíduos e a natureza social das suas interacções.
Da leitura das grelhas e das análises existem um conjunto de considerações que penso podem ser generalizadas às diferentes análises propostas:
Os jovens utilizam as redes sociais como um processo de afirmação da sua própria personalidade, como um meio para serem aceites pelos seus pares, no qual aprendem as regras e normas de socialização indispensáveis na vida adulta. Nesse sentido, a necessidade de pertença a determinado grupo de amigos revela-se como uma marca identitária muito forte e está presente em inúmeros exemplos. O número de amigos, os comentários, os fives e os grupos a que pertencem são um exemplo claro dessa necessidade, apesar de nem sempre o nº de amigos corresponder ao nº de comentários. Apesar de não existir forma de confirmar esses dados, os autores (na maioria dos casos) revelam a sua identidade, idade, data de nascimento, local de residência (geral) e mantêm um perfil acessível aos restantes utilizadores e excluem os adultos deste espaço de socialização. Os resultados demonstram também que os jovens não têm receio em demonstrar sentimentos seja de amizade seja relações amorosas e demonstram apetência pela auto-reflexão, mas fazem-no perante amizades que já existem fora do ambiente virtual dos sites estudados. Esta leitura parece então confirmar a opinião de Boyd e Alisson (2007) quando estes afirmam que “Apesar de existirem algumas excepções, a pesquisa existente sugere que as SNS suportam primariamente relações sociais pré-existentes. Ellison, Steinfield, and Lampe (2007) sugerem que o
Facebook (caso estudado) é utilizado para a manutenção ou solidificação de relações de amizade, e não para se conhecerem novos amigos.”
Ao nível da interface gráfica dos sites analisados nota-se algum cuidado na apresentação o que demonstra, como já referimos em posts anteriores, uma forma de valorização perante os outros através da exibição de competências estéticas e técnicas. Nos rapazes notámos uma incorporação de um maior nº de addons (acrescentos) como musicas, vídeos, jogos, etc e uma imagem gráfica mais agressiva quer nos elementos visuais quer nas cores utilizadas. As meninas apresentam, na minha opinião, uma estética mais cuidada, mais criativa e naturalmente mais feminina.
Apesar das análises parecerem apontar para uma maior disponibilidade das raparigas para a identificação pessoal, dando mais dados reveladores sobre si próprios e um menor cuidado na privacidade, parece-me que não se poderá generalizar essa análise. Encontrei inúmeros exemplos de sites de rapazes em que estes expõem de uma forma bastante clara os seus sentimentos. Essa observação poderá estar directamente relacionada com mudanças sociais nos comportamentos dos rapazes, tradicionalmente mais reservados.
A utilização intensiva e extensiva de fotografias é outro aspecto transversal aos diferentes sites analisados, nomeadamente a peculiaridade de algumas poses estudadas, o que demonstra o cuidado na apresentação pessoal e a necessidade de estar bem perante os outros.
Ao nível da linguagem ou netspeak (como por vezes é referida) é notório a utilização de uma linguagem criativa, inovadora e híbrida, onde se conjuga formas linguísticas tradicionais e formas adaptadas com o recurso, como já foi referido por diversos colegas, à gíria e ao calão. Estão também presentes acrónimos (ex:lol), variações e jogos de palavras e ecomotions. De uma forma geral a linguagem utilizado pelos rapazes é mais agressiva, mais sexista e com um carácter sexual mais explicito que de certa forma contrasta com uma linguagem mais cuidada, mais polida das raparigas.

Bibliografia
BOYD, d. m., & ELLISON, N. B. (2007). Social network sites: Definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, 13(1), article 11.
http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html

Huffaker, D. A., and Calvert, S. L. (2005). Gender, identity, and language use in teenage blogs. Journal of Computer-Mediated Communication, 10(2), article 1. http://jcmc.indiana.edu/vol10/issue2/huffaker.html
Recuero, Raquel (2008) Um estudo do capital social gerado a partir de Redes Sociais
no Orkut e nos We
blogs
Revista FAMECOS Porto Alegre nº 28 dezembro 2005 quadrimestral

segunda-feira, 22 de junho de 2009

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_PARTICIPAÇÃO DISCUSSÃO CONJUNTA


Depois de lidos os trabalhos realizados, permito-me concluir que as semelhanças entre eles são muitas mesmo que a rede social estudada não seja a mesma.

Na maioria dos casos analisados são notórias as preocupações, por parte dos jovens/ adolescentes, em revelarem-se, em partilharem opiniões, vivências, sentimentos e interesses. Utilizam as redes sociais para se darem a conhecer e receberem algum feedback disso, desenvolvendo sentimentos de auto-estima.


O “ser aceite” está muito patente no número de amigos que cada um dos jovens tem, como sendo esta uma das características mais importantes. A ilusão de que se tem muitos amigos é porque se é aceite é bem visível, depois contrariada pelo número de comentários que recebe.
Em Portugal a rede social mais utilizada é o Hi5 e por esse motivo também a mais escolhida pelos grupos de trabalho.
Através dos trabalhos realizados podemos observar algumas diferenças entre géneros, nomeadamente na aparência das páginas pessoais; as raparigas utilizam cores mais quentes e vivas com aplicação de motivos mais "femininos" (flores, borboletas, etc) enquanto que os rapazes optam por cores mais frias e neutras. Deste modo fica patente as influências culturais e sociais sofridas por estes adolescentes. Também nas páginas pessoais dos jovens masculinos existem mais referências a vídeos e às influências musicais.


Todos utilizam uma linguagem adaptada e abreviada.
As fotografias publicadas denotam uma preocupação com a imagem e, na sua maioria, que foram pensadas/ tiradas com o intuito de serem publicadas pois mostram poses muito pouco naturais e espontâneas. Este aspecto prende-se claramente com a segurança na internet, ou falta dela. A maior parte dos jovens ou não está ciente dos perigos que espreitam ou simplesmente não estão preocupados e revelam imagens e informações pessoais que os expõem a vários perigos.

Um dos aspectos que me chamou a atenção da analise que fizemos às páginas pessoais dos jovens, foi a linguagem utilizada, com muito poucas preocupações linguísticas, bom senso e muita falta de educação patente na linguagem.

Alguns jovens demonstram não se preocuparem por as suas palavras poderem ser lidas por todos e estarem acessíveis a qualquer um. Não utilizam uma linguagem diferente e mais preocupada por causa desse factor.

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_TRABALHO DE GRUPO



Depois de construida a grelha de observação do site social "Hi5", observadas e analisadas as páginas pessoais dos jovens, o grupo realizou este trabalho, onde tirou algumas conclusões sobre a Identidade em Sites Sociais pelos jovens.


segunda-feira, 1 de junho de 2009

IDENTIDADE EM SITES SOCIAIS_CONTRIBUTO PARA TRABALHO DE GRUPO


Grelha de Análise de Sites Sociais de Jovens

Objectivo: Identificar as marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens.
Competências: Construção de uma grelha de análise de marcas identitárias em sites sociais de jovens. Análise de um site social de jovens, tendo por base a grelha construída.
Recursos de Aprendizagem
- Todos os textos dos Temas 2 e 3.
Para a actividade 4 deveríamos:
1º) Constituição livre de grupos (4 elementos);
2º) Construção da grelha de análise de sites sociais de jovens e escolha do site a analisar (Hi5,
Facebook, MySpace, entre outros);
3º) Testagem por cada grupo da grelha definida, no site proposto para análise e elaboração de um pequeno texto de conclusões (1/2 páginas) no Fórum 4;
4º) Discussão conjunta no Fórum 4 das análises realizadas.


Participei no grupo Reggae, que escolheu o Hi5 como rede social de estudo. Primeiro sugerimos tópicos para a construção da grelha de análise e, posteriormente procedemos à análise individual de alguns sites de jovens , referências que fomos deixando no fórum do grupo para posterior escolha.

Optámos por analisar quatro sites, dois femininos e dois masculinos, de idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.


Fórum Grupo - Reggae -> Vamos ao trabalho

por Sandra Sousa - Segunda, 18 Maio 2009, 18:04


Olá colegas
Concordo convosco, que o primeiro passo seja a construção da grelha de observação e em relação a esta também acho que vermos umas quantas páginas nos vai ajudar. Claro que aquelas informações que foram alvo dos estudos anteriormente estudados devem ser tomadas em consideração.
Dados pessoais
Interesses
Ambições
Referências aos familiares e amigos
etc...


Fórum Grupo - Reggae -> Vamos ao trabalho
por
Sandra Sousa - Sexta, 22 Maio 2009, 17:55



Fórum Grupo - Reggae -> Sites
por
Sandra Sousa - Segunda, 25 Maio 2009, 15:31

Olá colegas
Aqui deixo algumas propostas de sites
http://www.hi5.com/friend/p105916287--abelhinha_Angelo--html
http://www.hi5.com/friend/p215316268--Inês_Ribeiro--html
http://www.hi5.com/friend/p30509814--Madalena_%20Ferro%20Rodrigues--html
http://www.hi5.com/friend/p28513183--Macau--html
http://www.hi5.com/friend/p38030977--Regina--html
http://www.hi5.com/friend/p58989348--Joao--html
http://www.hi5.com/friend/p99780336--Cátia%20Botas
Um pouco mais novos:
http://www.hi5.com/friend/p103120978--♥vanessa♥_♥santos♥--html
http://www.hi5.com/friend/p384449614--ruben_couto--html
http://www.hi5.com/friend/p194067272--tatiana_expanhola--html
http://www.hi5.com/friend/p162511467--•%20Jσαηαα%20--html
http://www.hi5.com/friend/p432227858--Rita_Filipa--html


Fórum Grupo - Reggae -> Análise comparativa
por Sandra Sousa - Sexta, 29 Maio 2009, 15:43


Fórum Grupo - Reggae -> Análise comparativa
por
Sandra Sousa - Sábado, 30 Maio 2009, 12:52

domingo, 17 de maio de 2009

MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL_PARTICIPAÇÃO NO DEBATE

Depois de analisadas todas as sínteses participei no debate com as seguintes intervenções:





Fórum A3 -> Síntese Grupo 2 -> Re: Síntese Grupo 2

Olá colegas
Não me querendo repetir e como o tema, tal como o Rui referiu, já foi anteriormente debatido, fiquei com vontade de reflectir sobre o isolamento dos jovens em frente ao computador e a primeira coisa que me ocorreu foi que felizmente nas escolas (na maioria) ainda não há internet disponível em todos os espaços e aberta à utilização de todos sem controle, e portanto, como as escolas são o espaço onde as crianças/ jovens passam a maior parte do seu dia ainda são locais onde se convive cara-a-cara, onde se brinca (nem que seja simulando personagens dos jogos de computador do momento), onde se tem amigos com quem se partilha a vida real e a virtual também, etc... mas logo depois me ocorreu uma reportagem que vi, na televisão, sobre as novas tecnologias nas escolas, e onde numa certa escola que tinha ligação wireless e muitos dos alunos tinha adquirido portáteis do e-escola, um dos alunos confessava que nos intervalos chegava mesmo a comunicar via sms com colegas que estavam a poucos metros de distância... preocupante?
Será certamente se transformarem este meio de comunicação como exclusivo, mas se assim não for pode somente ser uma nova forma de dizer "segredos"

Fórum A3 -> Síntese Grupo 4 -> Re: Síntese Grupo 4



Se nas escolas fizesse parte da lista de material indispensável o telemóvel, não haveria nenhum aluno que tivesse falta de material.
As crianças têm telemóveis cada vez mais cedo, muitas porque até são os pais que lhes compram porque assim estão sempre contactáveis colocando mesmo sistemas de GPS, com avisos para os próprios, se se desviarem do percurso estipulado. Mas será que se preocupam em explicar para que serve o equipamento, que cuidados a ter, que aquele objecto tem um custo (que obviamente dificilmente crianças do 1º ciclo conseguirão ter o discernimento dessas implicações); outras porque, por muito que os pais tentem contrariar a tendência, não convivem com a diferença pois todos os meninos têm.
Há pouco tempo fui testemunha de um acontecimento hilário mas preocupante. Numa festa de aniversário de uma criança de seis anos, um adulto, supostamente amigo dos progenitores, ofereceu um belo telemóvel, obviamente topo de gama, ao que a criança ao desembrulhar o presente e perceber o que era lhe respondeu: "Mas não sabes que eu ainda não tenho idade para usar telemóveis???? (perfeita reacção, pensámos todos) e logo fomos surpreendidos com a resposta do adulto "- Isso são manias dos teus pais"...
Estas são as crianças e os jovens que criámos, que tudo lhes demos sem grandes explicações, desde que estejam entretidos e ocupados está tudo bem.

Fórum A3 -> Síntese Grupo 4 -> Re: Síntese Grupo 4


Olá Paula
Parece-me um pouco rebuscado, neste momento, utilizar o telemóvel como recurso educativo. Os custos ainda são elevados, apesar dessa não ser propriamente uma preocupação da maior parte dos alunos... Mas sim, num futuro provavelmente muito próximo e com a evolução dos equipamentos de telemóvel, esse seja um recurso bastante prático e motivador, já que para os jovens o aparelho ser considerado uma "extensão do corpo".

Fórum A3 -> Síntese Grupo 2 -> Re: Síntese Grupo 2



"Na escola onde estou, os alunos têm os pcs e muitos têm acesso ao wireless. O que tu referes sobre o intervalo acontece. Mas acontece também, muitas vezes, os alunos se "fecharem" no seu ecran, quem sabe no seu espaço de interação virtual, um hi5 ou um blog e se esquecem do espaço físico envolvente com tanto para dar."(Paula, Fórum A3-Síntese Grupo2).




Isso é realmente uma nova realidade que me aflige...
Uma coisa é os jovens se isolarem em frente a um ecrã em casa, porque os perigos da sociedade assim o exigiram e as vidas cada vez mais absorvidas dos pais também, outra é passarem a conviver/comunicar através de "máquinas" mesmo quando estão fisicamente presentes. Quantas vezes já vi grupos de jovens, sentados em mesas de café, cada um com o seu equipamento que vai desde telemóvel até aurículares, fechados para si próprios apesar de acompanhados... Não conversam, não trocam ideias, não debatem sobre as suas vidas e sobre o que os rodeiam, mas muito provavelmente assim que chegarem a casa e se ligarem ao mundo virtual, vão fazer tudo isso, até mesmo com aquelas pessoas com quem dividiram uma mesa de café.

Fórum A3 -> Síntese Grupo 1 -> Re: Síntese Grupo 1

"O Mundo na ponta dos dedos"


É uma frase que ilustra bem a nova geração, uma geração que tem acesso a toda a informação só com um click, que tem a facilidade de se dar a conhecer, de se procurar e encontrar, de transmitir as suas opiniões globalmente.
Os jovens através das novas tecnologias publicam os seus "eus" pessoais e sociais ao mesmo tempo que os vão criando, as suas identidades estão em constante mudança e evolução.



Penso que as novas tecnologias não vieram só contribuir e alterar o modo de construção da identidade dos jovens mas também da nossa identidade enquanto profissionais, e pela parte que me toca sempre tentei introduzi-las nas minhas práticas lectivas. Ainda os computadores eram uma miragem nas escolas e já utilizávamos os retroprojectores e construíamos materiais mais apelativos e motivadores. Com a massificação dos equipamentos informáticos a nossa prática foi evoluindo e vai estar em constante evolução, porque o que é certo é que os media digitais vieram facilitar a comunicação e torná-la cada vez mais interessante e dinâmica.




Fórum A3 -> Síntese Grupo 2 -> Re: Síntese Grupo 2




Concordo em absoluto com o Pedro na questão de os jovens não desenvolverem as suas capacidades técnicas, em termos de programação, pois cada vez mais se facilita a edição de qualquer suporte. Os jovens não necessitam conhecer linguagens de programação para construirem páginas, blogues, publicarem vídeos, fotografias, apresentações em powerpoint, etc... mais uma vez basta fazerem um click e já está. As preocupações prendem-se mais na escolha dos conteúdos e dos feedbacks que vão ter.

Fórum A3 -> Síntese Grupo 3 -> Re: Síntese Grupo 3



Na adoslecência uma das tarefas mais importante é a construção da identidade, definir quem se é, quais os seus valores, as suas metas e crenças. Esta formação sofre influências intrapessoais, interpessoais e culturais. Os jovens sentem necessidades de fazerem parte de um grupo e de serem aceites, portanto não é de estranhar que actualmente sintam a necessidade de pertencerem a redes sociais, pois é uma forma de estarem incluíndos no(s) grupo(s).
Os adolescentes criam os seus perfis nos sites de redes sociais como escolhem a roupa que levam para a escola ou decoram o seu quarto (seu espaço por excelência)... tudo é escolhido e seleccionado com um intuito, o de serem aceites.




Olá Paula e colegas,
Concordo plenamente contigo e também eu, quase obrigada por alunos e familiares, em tempos, aderi ao Hi5 e é com alguma surpresa que continuo a receber pedidos de adesão por parte de antigos alunos, que através de outros me vão descobrindo. Adoram saber que eu os aceitei e que visito os seus "espaços"... Não me parece que queiram isolar-se e fechar este seu mundo dos adultos... simplesmente a maior parte dos adultos que fazem parte do seu meio envolvente não conhecem esta realidade e/ou não a querem partilhar.
No meu grupo de amigos, a maioria utiliza a internet, têm blogues e sempre viram o Hi5 como uma rede social destinada a crianças e sem interesse... nunca nenhum deles me solicitou fazer parte da sua rede de amigos. Curiosamente, nos últimos tempos, têm-me chovido pedidos para aderir ao Facebook, que aparentemente já é uma coisa mais intelectual
Quanto ao Myspace sempre associei a redes de divulgação de música e músicos, mas pelos vistos, como tudo na internet, está a alargar-se...




Fórum A3 -> Síntese dos texto do grupo 5 -> Re: Síntese dos texto do grupo 5




Olá colegas,
Os jovens, principalmente na fase da adolescência, debatem-se com ideias e ideais sobre o mundo que os rodeia e são críticos por natureza, faz parte do seu crescimento e da construção da sua identidade. É importante que os adultos facilitem a sua participação nas questões sociais, culturais, políticas, etc, das quais eles são parte integrante.
Uma das dificuldades que os jovens enfrentam, ao tentarem expressar as suas opiniões, é no domínio da expressão oral, nem sempre se conseguem exprimir como pretendiam. Os media digitais, áreas em que os jovens sentem uma facilidade em se exprimirem, são um meio eficiente de transmissão das suas ideias, de poderem intervir activamente em questões que lhes poderiam estar vedadas, para além disso são um meio motivador que lhes permite “aplicar os seus conhecimentos para lidar e negociar com o mundo…”




MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL_DEBATE

Para cada síntese dos textos disponibilizados foi aberto um fórum de discussão, onde era suposto cada um de nós reflectir sobre o texto apresentado. Recolhi algumas intervenções de colegas que me pareceram mais pertinentes.




Re: Síntese Grupo 4
por
Milena Jorge - Domingo, 10 Maio 2009, 18:59

Olá colegas,

O telemóvel é cada vez mais o rei da tecnologia. Tal como já foi referido, esta tecnologia, tem uma série de funcionalidades, concentra tudo em si: telefone, sms, chat, e-mail, máquina fotográfica/filmar, internet, relógio, alarme...


Com o documento refere, o telemóvel passa também a ter a função de "Blogmóvel", por ser considerado um equipamento sempre disponível e presente, no local onde acontessem as situações. Permite, desta forma, partilhar experiências pessoais com imagens e vídeos.
A próposito do blogmóvel privado, veio-me à memoria um artigo que li há pouco tempo no público. Um artigo intitulado "Sexting, nudez e telemóveis". (A palavra sexting, deriva da palavra sex mais texting.)


Este artigo referia que estavam reunidas todas as condições para uma receita de problemas. Os jovens passaram a escrever mensagens picantes e tirar fotografias a eles próprios, nus e seminus, enviando-as de seguida para os telemóveis de amigos.


Neste artigo, pode-se ainda ler que alguns destes jovens, principalmente as raparigas acabam por não aguentar a pressão e a humilhação e acabam por se suicidar. Temos um exemplo, bem recente, de uma rapariga dos EUA que não aguentou a pressão.


(deixo aqui o link para quem quiser ler a noticia: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370528&idCanal=62 )


Mas como se costuma dizer é muito mais fácil falar dos problemas que das virtudes, por isso, o uso do telemóvel é como tudo... pode ser muito bom, se for bem usado. Pode ser muito mau, se for mal usado


Receitas??


Não sei, mas talvez mais informação, educação, sentido crítico e nunca agir por impulso... pode ser uma solução!




Re: Síntese Grupo 4
por
Pedro Coelho do Amaral - Segunda, 11 Maio 2009, 00:21




Boa Noite,
Como tem sido insistentemente referido pelos colegas, a importância social do telemóvel é indesmentível. Será certamente, de todos os meios digitais mencionados, aquele cuja visibilidade e importância é mais evidente no processo de socialização dos adolescentes.
Como o artigo refere, para o adolescente um telemóvel representa muito mais que um simples dispositivo de comunicação, contrariamente à maioria dos adultos. É um meio de comunicação de duplo sentido que funciona como ferramenta de comunicação, mas sobretudo como meio de socialização inter pares, no qual, e à semelhança de outros meios de comunicação digital funciona como uma ferramenta de aprendizagem das normas e regras sociais. As razões para tal aconteça são de vária ordem, mas estão implicitamente ligadas às características físicas do telemóvel. A portabilidade, mobilidade e as características multimédia da tecnologia de comunicação móvel enquadram-se de uma forma perfeita no perfil dos adolescentes e nas suas necessidades de afirmação e validação social. Permitem a interacção social imediata, independentemente do espaço e do tempo em que ocorrem e permitem gerar e gerir informação de uma forma instantânea, funcionando inúmeras vezes como uma espécie de diário pessoal interactivo que regula muitas dos aspectos das suas vidas pessoais. Nesse sentido o artigo aborda de uma forma bastante interessante as teias de relação que se estabelecem entre as características móveis da tecnologia e as características também elas móveis da identidade dos jovens, alicerçadas em processos de continua transformação e afirmação pessoal.
Estas características são portanto, exponenciadoras do processo de socialização e esse facto não tem passado despercebido às empresas prestadoras de serviço na área da comunicação móvel, que recorrem de forma regular a campanhas publicitárias agressivas no sentido de captar o maior nº possível de adolescentes. Sendo uma tecnologia relativamente barata e com possibilidades várias de carregamento massificou-se e assume hoje uma omnipresença no dia-a-dia dos adolescentes exigindo destes uma disponibilidade total e uma necessidade constante de marcar a sua presença social.
Sendo uma ferramenta de comunicação e socialização tão importante para os jovens é naturalmente uma ferramenta susceptível de gerar polémica e receio entre os adultos, sejam estes pais, educadores ou professores. Enquanto professor, o telemóvel nas aulas já exigiu da minha parte necessidade de intervenção e de alguns anos para cá venho proibindo determinantemente qualquer tipo utilização do telemóvel nas minhas aulas. Esta atitude, porventura para alguns demasiado radical, é a única forma que concebo de pensar o processo ensino-aprendizagem, no qual o aluno deve estar complementa disponível para tirar das aulas o máximo proveito.

MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL_TRABALHO DE GRUPO

Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media

O Grupo 4 apresentou a sua síntese, no fórum, através de um documento em pdf e para além disso construiu e disponibilizou uma wiki.

MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL_CONTRIBUTO PARA TRABALHO DE GRUPO

Depois de termos dividido o texto pelos quatro elementos, cada um ficou responsável por resumir a sua parte.




MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL



Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens

Objectivo: Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.
Competências: Analisar e discutir o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.
Recursos de Aprendizagem:
Texto 1
Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.
Texto 2
Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.
Texto 3
Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.
Texto 4
Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.
Texto 5
Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.
Texto 6
Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.

A tarefa da actividade 3 era composta por:
1º) Constituição livre dos grupos de trabalho (máximo de 4 elementos);
2º) Escolha por cada grupo do texto a trabalhar;
3º) Leitura e elaboração de uma síntese do texto;
4º) Apresentação no Fórum A3 das sínteses efectuadas;
5º) Discussão conjunta das sínteses apresentadas pelos diversos grupos.

O grupo do qual fiz parte seleccionou o texto 4- "Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media"


IDENTIDADE SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA_REFLEXÃO FINAL

A comunicação faz-se de forma cada vez mais imediata. Não se espera, não se deixa para dizer mais tarde e essencialmente temos o poder de o fazer para todos. Tornámo-nos autores e a nossa palavra tem um espaço onde pode ser lida.
Os jovens nasceram, crescem e vivem nesta realidade, construindo a sua identidade através dela.

A utilização do mundo virtual permite que os jovens ultrapassem barreiras e constrangimentos naturais dos contactos frente-a-frente, que se dêem a conhecer e ao mesmo tempo que iniciem um processo de auto-conhecimento, mas que também se exponham, muitas vezes em demasia.

Facultar aos jovens ferramentas e orientações para que construam a sua identidade, de uma forma saudável e equilibrada, tornando-os adultos responsáveis, críticos e interventivos, é uma obrigação de todos os intervenientes deste processo de crescimento (pais, educadores, pares, etc).

A construção de páginas pessoais e blogues, pelos jovens, permite-lhes sentirem que têm uma palavra, que podem intervir, que são "lidos", ou seja, que têm um lugar neste mundo.

IDENTIDADE SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA_DEBATE

Durante a publicação das sinteses as reflexões e o debate foi surgindo e revelando a importância que as novas tecnologias representam para os jovens.

Seleccionei algumas intervenções de colegas:

por Rui Fernandes - Segunda, 6 Abril 2009, 05:52

Olá
Aproveitando os comentários da Filomena e da Paula, gostaria de fazer algumas referências que me parecem pertinentes neste contexto.

Na verdade, a utilização do mundo virtual numa fase de construção de identidade, pode ser vantajosa em termos de comunicação e contactos. O anonimato permite aos jovens não criar embaraços que são naturais nesta fase da vida quando estamos perante os outros, seja pelo acne, seja porque olhar de frente e nos olhos ainda é difícil, seja por outros complexos ou frustrações ainda não ultrapassadas.

Mas isto pode levar a um problema muito delicado que, verifico hoje acontecer, no que respeita ao conceito do social e de integração nesse social. Constrói-se uma identidade muito individualista onde o colectivo não é entendido como tal, mas como o somatório das individualidades, esquecendo a partilha, esquecendo a existência dos outros. Cada um por si nos trabalhos de grupo, dificuldade em cooperar com os pares, rejeição da noção de respeito pelo parceiro, enfim, poderia tornar-se numa longa lista.

Daí que, como refere a Filomena, citando Erikson, o contributo de quem educa seja fundamental, sendo que, ao contrário do que muitas vezes se verifica, pais ou encarregados de educação não podem alhear-se desse papel deixando-o para outros como a escola ou os pares com quem os jovens interagem. É necessário controlar/perceber, e isto não significa necessariamente condicionar ou limitar, as interacções muito individualistas, apostar em colaborar nesta fase de construção da identidade social dos futuros adultos para que não nos queixemos da social no futuro.

Será necessário que os (indispensáveis) bits da nossa vida possam ficar em espera, para que os átomos, os referenciais da aprendizagem, os influenciadores positivos, os vivenciadores de experiências anteriores, possam passar a mensagem de equilíbrio social e educação. Os bits têm de se adaptar e integrar nos átomos e não o contrário, o Homem tem de continuar a comandar o seu próprio crescimento e não entregá-lo ao mundo virtual.

por Paula Simões - Segunda, 6 Abril 2009, 16:07

Olá colegas,
Concordo com o que a Filomena e o Rui estão a dizer, e respondendo à Filomena, não podem ocupar o lugar dos referenciais, a meu ver.
Sem dúvida que os referenciais reais e de convívio com os jovens são imprescindíveis, daí eu ter referido a importância dos pais e educadores. O que eu referia é que, na minha opinião, daí ter falado numa "dor" mais forte, o mundo virtual utilizado por muitos jovens é um "campo minado" e muitos pais não têm capacidade de orientação a esse nível.
Aí, a construção da identidade vê-se ainda mais instável e de luta constante. O virtual, o digital, o blog, o anonimato torna demasiado fácil muitas das vezes a convivência entre jovens. É preciso o meio ambiente, o social diário, não o criado ou pseudo real. é claro que o jovem desenvolve competências ao utilizar a internet como forma de se afirmar, mas diria que seriam mais técnicas. No mundo virtual os jovens dificilmente tropeçam e o levantar depois das quedas é que os faz crescer e lhes proporciona ir ultrapassando obstáculos e desenvolvendo a sua identidade.
Diria que o anonimato parece facilitar a formação da identidade, mas não creio muito que seja assim tanto. Mais!! Quando não houver acesso à tecnologia, e o jovem tiver de lidar com o seu acne, quem está lá? Os pais, grupo de pares, paixões e ele aí sim, vai ter de enfrentar, e vai custar-lhe poque ser adolescente é isso mesmo.
Concluindo, as tecnologias podem ajudar na exploração da identidade, fugindo a constrangimentos reais, mas ficam muito aquém das necessidades de formação da identidade do jovem e consequente maturação.



por Ana Margarida Sousa - Quinta, 9 Abril 2009, 04:15

A realidade dos nossos filhos, dos nossos alunos é muito diferente da que nós vivemos na nossa infância, na nossa adolescência. No nosso tempo, andávamos à vontade na rua, íamos a casa uns dos outros, ao parque livremente, e só voltávamos quando a nossa mãe nos chamava, empoleirada na janela, para virmos jantar. As crianças e os jovens de hoje não têm esta liberdade de movimentos e, como tal, há que preencher o tempo que se passava ao ar livre, ou em "liberdade", por outras formas mais controladas. Assim, a televisão e o computador surgem como meios de ocupação de tempos livres das crianças e jovens, depois da escola e de actividades que alguns pais poderão proporcionar aos filhos.
De acordo com alguns pediatras, é preferível uma criança estar a jogar um jogo no computador do que estar a ver televisão. Assim, desde tenra idade que a criança convive e vive com a tecnologia, sendo um ambiente que domina. Será então natural que ao longo da sua vida, irá desenvolvendo competências quer técnicas quer de socialização nestes meios. A partir de determinada altura, em que já domina estas técnicas, a crianças vai testando as suas competências (Maestria/ Domínio) através da criação ou de páginas pessoais ou de blogues, onde vai partilhar aspectos da sua vida real, ou seja, vai transpor para o mundo virtual a sua realidade. Parece-me que haver uma extensão da vida real para vida virtual, não assume ainda, na nossa sociedade, um carácter preocupante, salvo raras excepções, tal como a do jovem da escola alemã, que tal como foi referido por Schoen-Ferreira, Farias e Silvares (2003), “Na difusão de identidade, o jovem não se preocupa com sua falta de comprometimento e, em consequência, não explora activamente as alternativas disponíveis. Os jovens que permanecem no estado de difusão de identidade correm alto risco de desenvolver transtornos psicológicos (Kimmel & Weiner, 1998). (...) Os adolescentes que apresentam problemas comportamentais necessitam de ajuda para superá-los. Além disso, mesmo que uma conduta anormal seja transitória, pode ter efeitos duradouros”. Neste caso particular, possivelmente haveria uma patologia.
O facto de os adolescentes partilharam as suas preocupações, frustrações, alegrias, tristezas em blogues, páginas pessoais, e outras formas de tecnologias, acaba por funcionar como um “escape”, um desabafo para aquilo que não consegue compreender, partilhar, afinal esta é uma idade de muitas mudanças, de muitas definições e indefinições. Um mundo não se sobrepõe ao outro, apenas se complementam na procura de identidade, até porque o mundo virtual tem por base o mundo real, com todas as suas qualidades e defeitos, as dores e alegrias.
Não quero com isto dizer que pais, professores e amigos devam ser substituídos pela Internet. Cada elemento tem o seu lugar definido e, na ausência de qualquer um deles, a construção não ficará tão estável… podendo daí advir desequilíbrios mais ou menos profundos. Só penso que será mais um meio na construção da identidade, uma vez que pode diversificar experiências, vivências, opiniões, que de outra forma não seria possível aceder.
Caberá aos pais sobretudo, mas também à escola, orientar e alertar para possíveis perigos da Internet.

IDENTIDADE SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA_REFLEXÃO

"Não fale com estranhos" é uma frase a debater com os nossos novos jovens, os nativos digitais.
A utilização de redes virtuais de interacção social proporcionam vários perigos, como se tem vindo a comprovar, principalmente a jovens menos preparados e alertados para estes novos perigos. O comunicar através de uma máquina proporciona uma maior segurança e por vezes um maior à-vontade de se "abrirem" e de revelarem o seu ser interior... Há quem se aproveite desta vulnerabilidade, como é o caso dos predadores sexuais.
O estudo "Construção de páginas pessoais como expressão de desenvolvimento social" mostra-nos que os jovens, apesar de poderem manter o anonimato, não o fazem na generalidade... partilham muitas informações pessoais como forma de expressarem a sua própria identidade e por este ser um meio mais fácil de partilha do que o frente-a-frente. Colocam fotografias, informações pessoais e endereços de e-mail, pois um dos desejos é ser contactado, é sentirem que alguém os lê e lhes responde, ou através de comentários ou mails.
Cada vez mais cabe ao adulto controlar, respeitando sempre a liberdade de modo a não criar mais situações de conflito, normais nesta fase de desenvolvimento, e ajudá-los a perceber os perigos inerentes a esta exposição.
O tempo útil que os pais passam com os filhos e o acompanhamento que lhes dão, tornou-se, sem duvida, um problema social em expansão. Os pais cada vez têm de trabalhar mais, as solicitações profissionais (e agora, a falta delas) são enormes e o desgaste físico e mental cada vez maior, o que lhes deixa muito pouca "vontade" de ainda terem de fazer o papel de pais. É muito mais fácil apetrechar o quarto das crianças com distracções que lhes proporcionem momentos de paz e descanso.
O problema é que as nossas crianças/adolescentes estão cada vez mais entregues a si próprios e sentem que ninguém se preocupa realmente com eles... ninguém dá por falta deles, se não vão logo para casa depois das aulas, não são questionados se passam horas infindáveis em frente do computador ou da televisão...
O tão publicitado choque tecnológico, com a massificação dos equipamentos informáticos são para muitas famílias mais um fosso entre pais e filhos. Quantas crianças/adolescentes estão a receber portáteis, cujos pais nunca mexeram num computador? e, mesmo que quisessem, como controlariam??
A quantidade de "Magalhães" que têm chegado lá à escola formatados, ou supostamente avariados porque a Internet não funciona demonstram que muitos pais estão muito longe de conseguirem acompanhar os seus filhos nesta nova Era.
Durante a minha pesquisa sobre o tema encontrei alguns estudos/ trabalhos interessantes de onde retirei algumas informações complementares:

"O weblog, portanto, funciona também como a representação da identidade de seu autor, uma “janela” para que os outros possam conhecê-lo e com ele interagir, um espaço onde o indivíduo pode expressar sua personalidade e seus pontos de vista. O layout do blog normalmente apresenta características coerentes com a personalidade de seu autor, através de cores, elementos e imagens, assim como os comentários expressam suas opiniões. O layout e o conteúdo do blog podem contribuir ainda para melhorar a imagem de uma pessoa que não conhecemos pessoalmente ou suplementar a impressão obtida no face-a-face. (Doring, 2002 – em Recuero, 2003).
Tendo como característica a actualização frequente, permite que o autor possa também reconfigurar sua “identidade” a partir da sua necessidade e vontade. Assim como o blog é mutante, a identidade do indivíduo também o é (RECUERO, 2003:9).
O ciberespaço é apresentado também como o local da simulação, da troca de idéias e da construção de personagens de mim mesmo (Turkle, 1998 – em Recuero, 2003). Dessa forma, os indivíduos podem inclusive se apresentarem com diferentes personalidades em cada “janela”, personalidades condizentes ou totalmente discrepantes com seu novo “eu”. O não compromisso com a actualidade, ou com a realidade, como afirma Julio Pinto (XXXX) caracteriza a migração conceitual ou um enevoamento das fronteiras entre o real e o virtual, típicas do ciberespaço. Dessa forma, para os participantes, talvez pouco importe se a figura do autor é uma representação de sua realidade. A representação é substituída pela apresentação, surge um outro tipo de mimese que deixa de representar para mostrar. O signo vem antes do objecto ou mesmo pode existir sem o objecto. Privilegia-se o facto de que o signo está presente no mesmo espaço em que eu estou presente. Nesse sentido, a realidade poderia ser definida a partir do conceito de Pierce (em Pinto, xxxx): “o real é aquilo em que qualquer homem acreditaria e sobre o qual esteja pronto a agir…”
O blog oferece a seu autor um espaço demarcado no ciberespaço. Ali ele está presente para apresentar a si mesmo, emitir suas opiniões, receber seus “vizinhos”, criar e desenvolver relacionamentos. "
"O meio electrónico torna-se um espaço central não só para comunicação e difusão da informação, mas também para a construção das identidades sociais. A experiência vivida no presencial é fundamental, porém há uma crescente substituição dessas pelas experiências mediadas pelos discursos da media (Thompson, 1998), o que provoca grande influência na construção da vida social.
Os discursos relacionados à sexualidade estão em constante circulação na sociedade: matérias jornalísticas, livros juvenis, filmes, outdoors, campanhas de prevenção, etc. Conforme evidenciado em trabalhos como o de David Huffaker (2004), os jovens mostram sua intimidade nos espaços virtuais, especificamente, nos blogs, onde expõem seus dilemas e desejos, trazem questões referentes ao corpo e à sexualidade. Essas questões aparecem com frequência porque esse espaço permite a liberdade de expressão que não é oferecida por outras instituições. Os temas relacionados à sexualidade ainda hoje são tabus para a família e para a escola.Construídos sobre a tecnologia da palavra escrita, nos blogs, o autor ou a autora vai construindo sua identidade de autor/a e leitor/a, através da apropriação das palavras e dos textos (verbais e não-verbais) , pois: “ O texto implica significações que cada leitor constrói a partir de seus próprios códigos de leitura, quando ele recebe ou se apropria desse texto de forma determinada.” (Chartier, 1999, p. 52). O papel do autor, de acordo com Foucault (1992), remete a uma das possíveis figurações do EU. Cada indivíduo torna-se autor da própria fala, o que delineia traços da identidade. "
"Com a Internet, os processos de construção identitária vêm ganhando uma nova forma. A rede possibilita, a um número maior de pessoas, a oportunidade de se relatar. Garante maior liberdade de mostrar ou construir a própria identidade. Dispor de um lugar no ciberespaço. No universo digital não há a relação física com as pessoas que encontramos. Para que haja mútuo conhecimento e uma troca de relações é necessário que as pessoas construam identidades virtuais".

IDENTIDADE SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA_SINTESE


Discussão do Processo de Construção da Identidade na Adolescência

Objectivo: Identificar as características e discutir o processo de construção de identidade na adolescência.
Competências: Analisar o processo de construção da identidade durante o período da adolescência.
O que fazer?
Para a Actividade 2 foi proposto que realizássemos uma leitura individual e elaborassemos uma síntese dos textos disponibilizados. Posteriormente caberia uma discussão dos textos, trabalhados no Fórum 2, moderada pelo Professor.
Sintese apresentada dos recursos disponibilizados:
A construção da Identidade Pessoal é vista como a tarefa mais importante da adolescência. Para Erikson construir uma identidade é definir quem se é, quais são os seus valores e quais as direcções que desejam seguir pela vida (valores, metas e crenças). Esta formação será influenciada por factores intrapessoais (capacidades inatas e características adquiridas), interpessoais (identificação com outras pessoas) e culturais (valores sociais a que se está exposto).Assim ao construírem Páginas pessoais (PP) e/ou Blogs os adolescentes podem ganhar sentimentos de realização pessoal e de auto-estima, com o conseguirem fazer.Utilizam o computador para se exprimirem, para se darem a conhecer ou mesmo criar identidades muito distintas das reais (desenvolvendo também a criatividade apesar de todos os perigos inerentes da construção de identidades diferentes das reais) e através destas ferramentas podem escrever sobre assuntos que pessoalmente se sentiriam mais constrangidos ou mesmo impedidos de o fazerem, pois se assim o pretenderem podem sempre manter o anonimato. Sentem-se mais seguros. Podem expressar-se sem terem de olhar nos olhos dos seus interlocutores superando assim, questões sociais tais como a timidez.Como tudo na vida convém que haja um equilíbrio, que esta utilização do Mundo Virtual não se sobreponha ao Mundo Real. Que não percam capacidades de interacções pessoais, que consigam desenvolver capacidades de relacionamentos pessoais, capacidades essas tão importantes na vida adulta, tanto sociais como profissionais. Que não se fechem no Mundo Virtual.

NATIVOS VS IMIGRANTES DIGITAIS_DEBATE

Durante a fase de debate da actividade foram muitas as participações, o que veio favorecer a reflexão sobre o tema e o seu alargamento às nossas realidades, enquanto intervenientes educativos.
Deixo aqui uma selecção de intervenções dos colegas.


por Mª Filomena Grazina - Quarta, 25 Março 2009, 01:55

A meu ver todos os trabalhos tem o “dedinho” de professores, isto é, todos procuraram que mensagem transmitida fosse clara, respeitadora da perspectiva do autor e apelativa em termos gráficos. O resultado obtido penso que foi óptimo e, se todos aprenderam tanto como eu a trabalhar em conjunto em torno de um objectivo comum, então valeu mesmo a pena.

Respondendo às questões:
- Sendo a nova forma de aprender do estudante digital centrada nos "seus critérios e apenas sobre os seus interesses”que implicações terá esta característica na educação dos mesmos?

Concordando com o que a maior parte de vós já expos relativamente ao papel do professor, não posso deixar de referir que o ensino, directamente relacionado com a instituição escola, sempre se deparou com o problema de ser construído e regido por uma geração e destinado à geração seguinte. Se tivéssemos à nossa disposição uma máquina do tempo há 50 anos atrás talvez encontrássemos diferenças tão significativas e aparentemente tão irreconciliáveis entre professores e alunos, relativamente a valores e expectativas de vida, como as de hoje. Assim sendo, penso que é sempre possível a convivência entre os dois “mundos” desde de que, naturalmente, se façam “cedências” parte a parte. No caso Nativos “versus” imigrantes digitais os primeiros terão que prescindir da postura de que só faço o que me interessa e os segundos terão que procurar encontrar e utilizar as ferramentas facilitadoras das aprendizagens dos nativos.
No entanto, reconheço que provavelmente este problema é mais gritante actualmente porque a evolução é muito mais rápida e os seus efeitos não se fazem sentir no período de uma geração mas, se calhar, em apenas 10 ou 15 anos. Talvez por isso, hoje mais do que nunca, é confrangedor para qualquer professor o aparente desinteresse que a geração dos nativos tem para com a escola. Claro que os professores tentam “chegar” aos seus alunos mas será isso o suficiente? Não terá que se repensar a organização curricular existente, (talvez permitindo a existência de percursos diferentes)? Não será de repensar a organização por níveis em vez da tradicional turma?

- "Estará o novo estudante digital mais preparado para o futuro do que o imigrante digital?"
Do meu ponto de vista, claro que estará! Embora sendo uma imigrante não partilho da opinião de que no meu tempo é que era bom, como normalmente se ouve dizer. Assim como os que fizeram a tal 4ª classe em que se aprendia tudo hoje são incapazes de interpretar um gráfico, preencher um formulário, e engrossam as filas da Caixa Geral de Depósitos por não saberem usar as máquinas Multibanco, também os que não acompanharem o “progresso” serão excluídos do futuro, que se perfila digital.
As minha dúvidas e preocupações prendem-se com a capacidade de estabelecer e manter relações interpessoais e no respeito pelo trabalho dos outros, manifestado pela facilidade com que plagiam trabalhos e “piratiam” músicas, filmes, …


por João Carrega - Quarta, 25 Março 2009, 11:31

"Relanço, também, uma questão apresentada por um dos grupos "Estará o novo estudante digital mais preparado para o futuro do que o imigrante digital?" (Grupo Verde) O que pensam acerca desta questão?"
Penso que a impossibilidade de apresentar uma resposta taxativa a esta questão reside, em primeiro lugar, no facto de não conseguirmos saber com certeza o que vai ser o futuro. Numa análise superficial e ignorando a variável futuro, poderemos considerar que o estudante digital está, no mínimo, melhor preparado. Numa análise mais profunda, importa abordarmos três ideias fundamentais:
a) O futuro está a ser preparado por imigrantes digitais e não por estudantes digitais;
b) Os estudantes digitais estão a ser preparados por professores que são imigrantes digitais, com a agravante de, ainda recentemente, a Comissão Europeia ter apontado como meta urgente a preparação dos professores para o uso das TIC com fins educativos, seja ao nível da formação contínua, mas também ao nível da formação inicial, o que deixa antever que os professores que estão a ser formados ainda são imigrantes, pelo menos em termos de formação;
c) os imigrantes têm a vantagem de poder fazer um paralelo entre o digital e o Universo de Gutenberg, se é que me é permitido generalizar assim o período anterior ao digital. Os estudantes digitais não dispõem da experiência de vida que lhes permita fazer esse paralelo e tenderão a olhar para trás com um sentido negativo.
Tendo em conta estas ideias, penso que é, no mínimo, discutível se o estudante digital está melhor preparado para o futuro. No sentido do que referem os investigadores espanhóis Roig e Illera (2005), estará uma escola Low Tech preparada para formar estudantes/cidadãos para uma sociedade High Tech? Aqui é que poderá centrar-se a questão e não tanto na questão inicial, do estudante digital versus imigrante digital.
A este respeito, da escola, gostava de referir a seguinte ideia de Ruivo (2008): “Vivemos num novo milénio que pretende reconfigurar a sociedade, atribuindo-lhe um novo formato centrado em novas formas de receber e transmitir a informação, o que implica uma busca interminável do conhecimento disponível. Para alcançar tal objectivo, imputa-se à escola mais uma responsabilidade: a de contribuir significativamente para que se atinja o que se convencionou designar por analfabetismo digital zero. Para tal, a educação para a utilização das TIC precisa ser planeada desde o jardim-de-infância. Sem preconceitos ou desnecessárias coacções, sem substituir atabalhoadamente o analógico pelo digital, mas sim reforçando a capacidade cognitiva dos alunos e guiando a descoberta de novos horizontes”.


por Rui Fernandes - Segunda, 23 Março 2009, 20:46

Viva

A ideia de sermos considerados, porque não nascemos na era digital, de "transgénicos" digitais, cerebralmente adaptados, uns "mutantes tecnológicos", perturba-me. Mas, na verdade, aproximamo-nos disso. Se a tendência é para perder os dedos mindinhos ao longo das próximas (longínquas) gerações, por serem menos necessários e menos utilizados, talvez venhamos a nascer com um "chip" cerebral ou com adaptações cerebrais menos estruturais (como as de hoje) e mais físicas, devidas às tecnologias e aos nados nesta Idade Media. Todos nós, imigrantes digitais, achamos que devemos aproximar-nos dos nativos e com eles interagir no sentido de nos aproximarmos. E esforçamo-nos por isso de uma forma muito superior para nos chegarmos aos nativos do que eles para se chegarem a nós. Até podemos, alguns, penetrar no sistema e virarmos nativos, mas a educação nunca poderá prescindir das duas facetas.As novas tecnologias dificilmente poderão ter os registos sensoriais só possíveis de obter pela interacção humana e social. Não serão emoticons a substituir esses registos ou viraremos autómatos.Mas que estou eu a dizer? Testes feitos e se não sou, fico-me pelo quase, quase, ... nativo. Mas confio que havemos de encontrar um ponto de equilíbrio entre todos e deixar as designações de nativos e imigrantes para nos chamarmos de... "nativigrantes" ou por aí perto!E estes "nativigrantes" serão os vencedores do futuro porque conseguirão sustentar um passado de experiências e grandes conhecimentos e associá-lo a um presente e futuro tecnológicos, evoluídos, dignos do Homem...